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Finanças Sustentáveis como motor do desenvolvimento econômico

O encontro, organizado pela Embaixada da República da Coréia na Espanha e a SEGIB, reflete a importância das alianças e o intercâmbio de experiências para avançar em um setor crucial para o futuro.

O IV Fórum de Cooperação Coreia-Ibero-América explorou o papel das finanças sustentáveis como um fator-chave não apenas para a sustentabilidade ambiental, mas também como motor do desenvolvimento econômico. Esse encontro, organizado pela Embaixada da República da Coreia na Espanha e pela Secretaria-Geral Ibero-Americana (SEGIB), reuniu mais de 15 palestrantes, incluindo representantes governamentais, delegados de instituições internacionais, academia e setor empresarial.

Sob o lema “O Futuro das Finanças Sustentáveis”, esse espaço de diálogo estratégico colocou foco na necessidade de integrar critérios ambientais, sociais e de governança (ESG) no sistema econômico, especialmente em uma região como a Ibero-América, que enfrenta desafios significativos como a mudança climática, o desmatamento e a desigualdade social. E, para isso, incorporar a experiência da Coreia, Observadora da Comunidade Ibero-Americana, como líder na adoção das finanças sustentáveis na Ásia, com a incorporação de políticas e marcos regulatórios que promovem o investimento responsável.

Durante a abertura, Andrés Allamand, Secretário-Geral Ibero-Americano, destacou a importância de fortalecer os laços entre a Ibero-América e a Coreia. “Esta colaboração nos permitirá implementar na Ibero-América a valiosa experiência da Coreia e sua destacada liderança em ciência, tecnologia e inteligência artificial. Um desenvolvimento que também caminhou juntamente com a diminuição da desigualdade, a proteção do meio ambiente e a segurança de seus cidadãos. Temáticas cruciais para nossa região. Por sua vez, a Ibero-América pode aportar sua experiência em agricultura, energias renováveis e na extração e processamento de minerais críticos para a transição digital. Daí a importância desta aliança baseada no aprendizado mútuo”, afirmou.

O Embaixador da República da Coreia na Espanha, Soosuk LIM, também colocou ênfase na estreita conexão e no trabalho realizado entre a Coreia e a Ibero-América, citando como exemplo que “o investimento total da Coreia na América Latina alcançou 120 bilhões de dólares, em áreas-chave como infraestrutura, mudança climática, transformação digital, criação de conteúdo e inovação. Por isso dizemos que o futuro não pode ser previsto; o futuro é algo que se cria e, para isso, é essencial combinar sabedorias e experiências, como é o caso desta colaboração”.

Painéis temáticos

A jornada foi organizada em torno de quatro eixos temáticos, sendo o primeiro “Finanças sustentáveis para o futuro: instrumentos, mecanismos de financiamento e estratégias nacionais”. A mesa, moderada por Randall Hooker, contou com a participação dos especialistas Jaehak Hwang, Gerente principal da Equipe de pesquisa ESG e finanças do Serviço de Supervisão Financeira da Coreia; Kimberly Celis, Subsecretária de Política Monetária, Financeira, de Seguros e Valores do Ministério da Economia e Finanças do Equador; María Moreno, Executiva Sênior da Gerência de Ação Climática e Biodiversidade Positiva da CAF; Liliana Martínez, Universidade del Rosario da Colômbia; e Marta Mulas, Diretora de Cooperação Financeira e Gerência-Geral do Fundo Espanhol para o Desenvolvimento Sustentável (FEDES), AECID., que conversaram em torno do relatório Finanças Sustentáveis na Ibero-América, elaborado em dezembro de 2024 pelo Instituto Global de Crescimento Verde (GGGI) e pela SEGIB.

Durante o debate, os especialistas compartilharam sua experiência e ofereceram uma análise sobre o estado atual e as perspectivas das finanças sustentáveis na Ibero-América e no mundo. Todos coincidiram na importância de contar com estruturas de governança sólidas que articulem e agilizem a coordenação entre todos os atores: o setor financeiro, o setor público, os reguladores e o mercado de capitais. Da mesma forma, dotar os distintos instrumentos financeiros de maior escala e apoiar-se na academia em matéria de capacitação e como incubadora de conhecimento.

Em seguida, a Professora Associada da Universidade Nacional Pukyong, Jungmin Lim, apresentou sobre “o mercado de emissões e a sustentabilidade: o caso da Coreia em uma economia de baixo carbono”. Palestra na qual ofereceu chaves para entender a transição coreana rumo a uma economia sustentável, fórmula que “não só reduzirá as emissões, mas também provocará uma transformação a longo prazo, alcançando assim um duplo objetivo de desenvolvimento e sustentabilidade ambiental”, enfatizou.

Posteriormente foi abordado o tema dos “Marcos ESG e seu impacto: oportunidades e desafios”, em um painel composto por Yonggyun Lee, Chefe do Centro ESG, Fundo Coreano de Garantia de Crédito; Mónica Chao, Presidenta da Women Action Sustainability (WAS); Santiago Peralta, CEO & Co-Fundador da Pacari & Co; Rodrigo Buenaventura, Secretário-Geral da International Organization of Securities Commissions (IOSCO); e Randall Hooker, Oficial de Finanças Sustentáveis para a América Latina e o Caribe (GGGI), que foram moderados por Concepción Galdón, Vice-Decana e Diretora do Centro de Inovação Social e Sustentabilidade, IE University. Durante a conversa, debateu-se sobre o impacto real desses critérios e o valor que geram, o que incide diretamente em sua incorporação na tomada de decisões empresariais.

Por fim, Jaume Gaytán, Responsável por Economia e Empresa da SEGIB; Won-Ho Kim, Professor Emérito da Escola de Pós-Graduação de Estudos Internacionais e de Área, Universidade Hankuk de Estudos Estrangeiros (HUFS); e Carmen Fernández Torres, Embaixadora em Missão Especial para as Cúpulas e o Espaço Ibero-Americano, ficaram encarregados das reflexões finais. Uma das mencionadas foi a necessidade de converter os fatores sociais, ambientais e de governança em elementos competitivos, para que se tornem fonte de valor econômico para a empresa, valor social para a comunidade e valor ambiental para o território.

O IV Fórum de Cooperação SEGIB-Coreia apresenta-se como um espaço de diálogo e colaboração, no qual a experiência da Coreia na implementação de políticas de finanças sustentáveis se materializou como um referente-chave para a integração de critérios ambientais, sociais e de governança em toda a região ibero-americana. Da mesma forma, evidenciou-se a capacidade de inovação e as diversas iniciativas que têm surgido nesse campo na Ibero-América, também um referente para o desenvolvimento futuro do setor em nível global.

A colaboração SEGIB-Coreia remonta a 2016, quando a República da Coreia adquiriu o status de Observadora Associada da Comunidade Ibero-Americana, uma figura que busca contribuir para a projeção internacional ibero-americana, por meio de alianças estratégicas com países e organismos internacionais.

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