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Unidade ibero-americana para ampliar o impacto das MPMEs 

Representantes de governos e líderes empresariais chegam a um consenso para implementar o modelo 4T com base em ferramentas úteis para as MPMEs

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A segunda e última jornada do VII Foro Ibero-americano da MIPYME, que reuniu em Tenerife mais de 600 especialistas de 22 países e uma elevadíssima participação virtual, reforçou o compromisso da região com uma agenda econômica orientada ao talento, à competitividade e à transformação digital e produtiva. 

O momento cume da jornada foi marcado pelo anúncio do consenso alcançado entre o setor público e privado da região, durante um diálogo de alto nível que reuniu autoridades governamentais e líderes empresariais da Ibero-América. Esse acordo estabelece as bases para avançar na correta implementação do modelo das 4T, sustentado em três fatores essenciais: a sistematização de ferramentas práticas para fortalecer as MPMEs, a identificação e repetição de boas práticas bem-sucedidas em distintos países da região e o desenho de mecanismos rigorosos de medição e acompanhamento.  

O compromisso adquirido estabelece um roteiro claro: monitorar por meio de indicadores, o impacto real das políticas públicas que forem adotadas a partir dessas propostas e avaliar seu cumprimento no próximo encontro do 8º Foro do Paraguai.  

Ao longo de duas jornadas, o evento contou com mais de 50 palestrantes, incluindo 15 representantes governamentais, 30 líderes de organizações empresariais e delegados de mais de 50 instituições regionais. Entre todos eles, cabe destacar a representação dos 22 países ibero-americanos e a intervenção de 13 presidentes de organizações e representantes de mais de 16 organismos multilaterais e instituições cruciais, tais como a OIE, OCDE, CENPROMYPE, CELIEM, BID, BCIE, Fundação Carolina, AMPYME, UNE e COPAND.  

A narrativa dos dois dias partia de uma visão clara: as pequenas empresas não podem continuar sendo consideradas um apêndice das grandes corporações. 

Fortalecer a cooperação e a troca de experiências entre os países para avançar em âmbitos como a digitalização e o desenvolvimento regional são outras das prioridades nas quais é preciso trabalhar, destacou o Secretário-Geral Ibero-americano, Andrés Allamand, em sua intervenção. Por sua vez, Susana Sumelzo, Secretária de Estado para a Ibero-América e o Caribe e o Espanhol no Mundo, apostou em estreitar a colaboração com os países latino-americanos e assegurou que “as MPMEs são a essência das sociedades”. Ela também sublinhou a necessidade de abordar desafios como a desigualdade, a informalidade laboral e a resiliência diante de crises econômicas e climáticas, reforçando a ideia de que a cooperação e o consenso internacional são fundamentais para o futuro da região. 

O presidente da CEOE Tenerife, Pedro Alfonso, recordou, por sua vez, que é o momento de reconhecer seu potencial para gerar riqueza, emprego e competitividade, “deixando para trás a economia informal e avançando unidos rumo a uma maior capacidade exportadora e investidora”. 

Desde a Organização Internacional de Empregadores, Roberto Suárez alertou sobre a necessidade de aliviar as cargas que freiam milhões de empreendedores na região, desde a burocracia até a falta de infraestruturas digitais. Também se destacou a resiliência com que enfrentam cada crise. A presidenta da CEPYME, Ángela de Miguel, insistiu que essas empresas são “líderes silenciosos”, capazes de inovar e se adaptar até mesmo em cenários adversos, e chamou a reforçar o ecossistema empresarial ibero-americano mediante cooperação, estabilidade normativa e espaços de colaboração real. 

Ao analisar o contexto regional, o vice-presidente do Governo das Canárias, Manuel Domínguez, sublinhou a aposta do arquipélago em diversificar sua economia sem renunciar às suas fortalezas tradicionais, e reivindicou as oportunidades oferecidas pelo regime econômico e fiscal canário. 

Território, Talento, Transformação e Tração 

A partir das instituições ibero-americanas, foi sublinhada a importância de investir em capacidades empreendedoras, fortalecer a formação técnica — incluindo a formação dual — e fechar a brecha digital são condições indispensáveis para que as MPMEs possam concorrer em um mercado global. Da mesma forma, foi destacada a necessidade de que as políticas públicas gerem efeitos reais nos territórios, que a regulamentação acompanhe o crescimento e que a cooperação entre governos, setor privado e academia seja contínua e estrutural. 

Os palestrantes identificaram como prioridades compartilhadas a integração das MPMEs em cadeias de valor, a melhoria do acesso ao financiamento e aos pagamentos digitais, a redução da informalidade e a criação de marcos que proporcionem segurança jurídica, estabilidade e energia acessível. Também sublinharam a urgência de modernizar os instrumentos de apoio — guias técnicas, diagnósticos, ferramentas digitais e protocolos de articulação público-privada — e coincidiram na importância de estabelecer um monitoramento ibero-americano que permita medir avanços e avaliar o impacto das políticas. Tudo isso com uma meta comum: construir ecossistemas mais competitivos, equitativos e preparados para receber investimento de qualidade no caminho rumo à próxima Cúpula e ao VIII Foro Ibero-americano da MPME. 

O secretário permanente do CEIB, Narciso Casado; o diretor insular de Ação Exterior e Relações Institucionais do Cabildo de Tenerife, Pedro González; e o responsável de Economia e Empresa da SEGIB, Jaume Gaytán, encerraram esta sétima edição do foro celebrado em Tenerife, Ilhas Canárias. González assegurou que “o Foro termina aqui, mas o que não termina é a conversa, que prosseguirá no Paraguai, porque o diálogo e a conversa serão o que nos leve a um futuro melhor na Ibero-América”. 

O evento concluiu com o anúncio de que a próxima sede do Foro Ibero-americano da MPME terá lugar no Paraguai.