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Ciência, diplomacia climática e liderança emocional encerram o Congresso Futuro Ibero-americano

En cuatro bloques temáticos —salud del futuro, liderazgo emocional, activismo juvenil por el clima y acción ambiental iberoamericana— se han ofrecido visiones complementarias para pensar soluciones compartidas en un contexto global desafiante

Foto familia de ponentes del Congreso Futuro Iberoamericano con SM el Rey de España D. Felipe VI

A sessão da tarde do segundo dia do Congresso Futuro Ibero-Americano reuniu especialistas em saúde pública, líderes sociais, figuras do esporte e referências ambientais para abordar os desafios globais do bem-estar, da liderança e da sustentabilidade a partir de uma perspectiva ibero-americana.

Em quatro blocos temáticos —saúde do futuro, liderança emocional, ativismo juvenil pelo clima e ação ambiental ibero-americana— foram apresentadas visões complementares para pensar soluções compartilhadas em um contexto global desafiador.

No painel “A saúde do futuro e as novas pandemias” foram debatidas a preparação diante de novas crises sanitárias, a prevenção, os determinantes sociais da saúde, a importância de integrar o bem-estar mental na agenda pública e a urgência de enfrentar a crise de obesidade em algumas regiões.

Os especialistas concordaram sobre a necessidade de reforçar os sistemas de saúde, fortalecer a cooperação internacional e aprender com as lições da COVID-19.

O médico especialista em doenças infecciosas e genética clínica da UNIR, Vicente Soriano Vázquez, afirmou que, diante de possíveis novas pandemias, é vital “contar com uma governança global que tome decisões com critérios prévios, incluir a prevenção e considerar muito seriamente que estamos interconectados com outros sistemas vivos: os animais e as plantas”.

“A pandemia de obesidade e de diabetes global tem sua origem no excesso de consumo de alimentos ultraprocessados, que são baratos, convenientes e até mesmo viciantes”, comentou o professor emérito da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, Carlos Monteiro.

A psiquiatra Lucía Gallego, por sua vez, destacou, a partir da saúde mental, a importância de “desconectar para estar conectados emocionalmente”.

Futebol, Ecoesperança e Biodiversidade Ibero-americana

Em uma intervenção individual, o ex-jogador de futebol Jorge Valdano compartilhou reflexões sobre a dimensão emocional da liderança, a construção da confiança, a importância do propósito coletivo e as lições que o esporte oferece às sociedades modernas. Também sublinhou o valor da humildade, da escuta e da coesão como motores de transformação. “O futebol oferece uma vantagem ao falar de liderança porque é um território profundamente emocional, um espaço onde as paixões estão sempre presentes e onde, no vestiário, os jogadores representam a humanidade em toda a sua diversidade.”

Francisco Javier Vera, jovem ativista colombiano de 16 anos e criador do movimento Guardiões pela Vida, defendeu a necessidade de uma cidadania comprometida, de uma educação ambiental desde a infância e de políticas que promovam a justiça climática e a participação efetiva da juventude.

“A crise climática é muito mais séria do que pensamos porque também é uma crise do não futuro. A ecoesperança não é uma opção, mas uma necessidade para poder imaginar, para poder cooperar em torno de ideias e realidades coletivas sobre como

construir um planeta mais justo, mais sustentável, mais inclusivo e capaz de estabelecer consensos”, afirmou Vera.

O Brasil sediará, em novembro, a COP30 em Belém, e a ministra brasileira do Meio Ambiente, Marina Silva, em uma intervenção online, destacou o papel estratégico da região na defesa da biodiversidade, da economia verde e da governança climática. Sublinhou a cooperação ibero-americana como ferramenta-chave para proteger a Amazônia, impulsionar políticas sustentáveis e promover uma transição justa.

Da mesma forma, destacou a necessidade de aumentar o compromisso com os povos originários por uma questão de ética, reforçar as energias renováveis e fortalecer o multilateralismo climático.

Encerramento

O Presidente da República do Chile, Gabriel Boric, encerrou o primeiro Congresso Futuro Ibero-Americano afirmando que “A ciência é uma linguagem universal, um olhar ativo para o futuro e, acima de tudo, para o presente. Seu impacto transcende fronteiras e fortalece nossas relações internacionais. Neste Congresso reafirmamos três convicções: que a cooperação regional é o caminho mais eficaz para enfrentar desafios complexos e construir um futuro sustentável e inclusivo para todas e todos; que cada país, cada instituição e cada pesquisador e pesquisadora desempenham um papel fundamental na transformação do conhecimento em ação; e que a Ibero-América conta com o talento, a criatividade e a vontade para impulsionar essa agenda compartilhada.”