A Iniciativa Ibero-americana para Prevenir e Eliminar a Violência contra as Mulheres (IIPEVCM), com o impulso da Secretaria-Geral Ibero-Americana (SEGIB), apresenta a Guia para a intervenção em grupo com homens condenados por violência contra as mulheres em meio abertoe a caixa de ferramentas(link), um documento que estabelece um modelo comum de atuação baseado em padrões internacionais de qualidade e boas práticas. Seu objetivo: fortalecer a resposta dos países ibero-americanos na prevenção e erradicação da violência de gênero.
A Guia é dirigida aprofissionais que trabalham com homens que exercem violência contra as mulherese foi concebida paraorientar sobre objetivos, metodologias e padrões necessáriospara garantirintervenções eficazes, sustentáveis e com enfoque de gênero.
“Este documento é o resultado de um processo colaborativo e estruturado que reúne a experiência acumulada na intervenção com homens condenados por violência contra as mulheres”, explicam Jorge Freudenthal Pascual e Caterina de Tena Pérez, autores do trabalho. “Nosso propósito foi consolidar um modelo comum de trabalhoque integrecritérios de qualidade e princípios teórico-técnicos, apoiados em pesquisas e nas experiências dos países membros da Iniciativa”.
A Guia surge no marco da Consultoria para o Desenvolvimento de Estratégias de Prevenção da Violência contra as Mulheres e Medição da Mudança Cultural, desenvolvida pela IIPEVCM em 2025, na qual foram consensuadas boas práticas ibero-americanas, incorporando também contribuições técnicas de especialistas e gestores públicos das áreas judicial, social e comunitária.
O documento é complementado por uma caixa de ferramentas destinada a avaliar o impacto das intervenções e medir as mudanças nas atitudes e comportamentos dos participantes.
A guia foi apresentada hoje em Málaga, na Universidade de Málaga, em um ato que contou com a participação de representantes de Andorra, Portugal, República Dominicana (de forma virtual) e Espanha, países membros da Iniciativa.
Nesse sentido, Mireia Porras, Chefe do Departamento de Políticas de Igualdade da Secretaria de Estado de Igualdade e Participação Cidadã de Andorra, destacou que “Desde 2017, o país conta com o Programa para a promoção de relações não violentas, um programa preventivo e gratuito, que, entre outros serviços, oferece intervenção psicossocial a homens maiores de 16 anos que exercem ou exerceram violência contra as mulheres, assim como parafilhos maiores de 16 anos de mulheres que sofreram ou sofrem violência de gênero e reproduzem padrões de comportamento”.
Por sua vez, Marta Silva, Chefe de equipe do Núcleo de Prevenção da Violência Doméstica e de Gênero da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Gênero (CIG) de Portugal, comentou que as respostas dirigidas aos homens condenados por violência conjugal buscam que esses homens assumam responsabilidades, mudem de comportamento e reduzam a reincidência.
Essa resposta ocorre por duas vias: uma no contexto judicial, com atuação que dura 18 meses; e outra, voluntária, onde os homens podem recorrer a serviços de saúde, centros de pesquisa universitáriosou ONGs.
Por fim, Carmen Martínez Perza, Delegada do Governo contra a Violência de Gênero do Ministério da Igualdade da Espanha e Presidente da Iniciativa Ibero-Americana para Prevenir e Eliminar a Violência contra as Mulheres (IIPEVCM), afirmou que a guia representa uma padronização importante que, “em uma região tão diversa quanto a Ibero-América, é um verdadeiro desafio. Esta guia, sem dúvida, ajudará a promover mudanças culturais em contextos e conjunturas diversas, permitirá comparar e aprimorar políticas entre os países da regiãoereforçará os valores de igualdade, ajudando a construir uma identidade regional feminista.”

