Entre os dias 21 e 22 de novembro, realiza-se em Lisboa a Conferência Internacional das Línguas Portuguesa e Espanhola (CILPE 2019).
A conferência, organizada pela Organização de Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI) no marco de seu 70º aniversário, teve como objetivo geral abordar a situação das duas línguas e sua maior promoção para reforçar o bilinguismo na região e a internacionalização do português e do espanhol, em benefício de suas comunidades de falantes que, em conjunto, conformam uma comunidade de 650 milhões de pessoas na Ibero-América.
A secretária-geral ibero-americana, Rebeca Grynspan, participou na inauguração junto ao secretário geral da OEI, Mariano Jabonero; o secretário executivo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), Francisco Ribeiro Telles; o administrador executivo da Fundação Calouste Gulbenkian, Guilherme d´Oliveira Martins; a secretária de Comunicação e Cultura do Ministério de Relações Exteriores do Brasil, Marcia Donner Abreu; o secretário de Estado de Educação e Formação Profissional da Espanha, Alejandro Tiana Ferrer e o ministro de Educação de Portugal, Tiago Brandão Rodrigues.
Durante sua intervenção, a secretária Grynspan defendeu que “partilhar dois idiomas mutuamente entendíveis constitui uma imensa vantagem para a Ibero-América, uma vantagem cujas implicações não podemos subestimar” referindo-se por exemplo ao âmbito econômico, onde o entendimento de idiomas beneficia os acordos e a mobilidade de talentos; ou referindo-se aos âmbitos cultural e científico, onde o idioma permite realizar difusão e promoção. No entanto, também defendeu que “nossos países não aspiram à unidade linguística ou cultural. Pelo contrário, celebramos nossa diversidade. Somos um crisol que não aspira à uniformidade, senão ao diálogo e ao intercâmbio entre distintas forças e influências”.
Por sua parte, o secretário da OEI, Mariano Jabonero, referiu-se ao português e ao espanhol como “línguas mestiças e multilaterais” com a clara capacidade de contribuir à construção de um mundo melhor, e recordou que a conferência nasceu com a vocação de continuidade, para ser um espaço de diálogo entre duas línguas que partilham uma origem comum.
Depois da inauguração, Alexandre Quintanilha (Assembléia da República Portuguesa) e Darío Villanueva (Real Academia Espanhola) realizaram as palestras de abertura. Sob o título das Línguas e a Cooperação Ibero-americana nas Áreas da Educação, a Cultura e a Ciência na perspectiva da Agenda 2030, o físico português sublinhou a relevância de motivar e desenvolver a curiosidade e a imaginação dos jovens com o propósito de capacitá-los ao diálogo. Isso “tem muito a ver com a língua, com o modo como esclarecemos as ideias. Essa é a melhor maneira de alcançar o desenvolvimento e o fortalecimento das democracias”.
Por sua parte, Villanueva mencionou o quinto centenário da circunavegação de Magalhães e pôs em valor que o espanhol aporta 16% ao PIB espanhol e a criação de 3 milhões de postos de trabalho, além de quadriplicar os intercâmbios comerciais nos países nos quais se fala.
A Conferência, que continuará se desenvolvendo, conta com o patrocínio do presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo, assim como de S.M. o Rei, D. Felipe VI da Espanha. Também conta com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), o Instituto Camões, o Instituto Cervantes, o Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), a Secretaria-Geral Ibero-americana (SEGIB) e de representantes dos ministérios de educação, cultura, ciência e relações exteriores dos países da região, em particular do Brasil, Portugal, Espanha e México.
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