Rostos da Cooperação: o impacto transformador da Cooperação Ibero-Americana

30 programas. 22 países. 10.000 projetos de cooperação Sul-Sul e Triangular em uma década. Cada dado sobre a cooperação ibero-americana traz consigo um rosto, uma história e um propósito.

Rostos de pessoas beneficiadas pela força do diálogo, do aprendizado e da solidariedade. Por trás de cada rosto há um relato que reflete a força da cooperação ibero-americana e o valor de construir, juntos, um futuro compartilhado. A maneira ibero-americana de estar no mundo.

Lucero: a preservação da arte da cor

Em uma pequena aldeia no México, Lucero García, artesã, transforma e ensina a arte dos pigmentos naturais, preservando uma tradição ancestral que enche de cor o dia a dia de sua comunidade.

“A Casa das Tintas começou em 2008. Foi um processo de pesquisa e diálogo com os mais velhos, onde descobrimos não apenas o poder curativo dos corantes, mas também como usá-los para pintar. O que para nossos avós ‘mancha’, para nós ‘pinta’”, relata Lucero.

Graças ao Iberartesanato, um dos 30 programas de cooperação ibero-americana impulsionados desde a SEGIB, Lucero conseguiu resgatar e preservar o legado de seus antepassados, levando o conhecimento dos pigmentos naturais mais além de sua região.

 

Martina Cabanas: a arte cênica como ponte para a memória coletiva

Martina Cabanas utiliza as artes cênicas como uma ponte para proteger a memória coletiva. Graças ao Ibercena, o programa de fortalecimento das artes cênicas na Ibero-América, a dramaturga espanhola conseguiu viajar para a Argentina para apresentar sua obra Nos, uma sátira política que reflete sobre o totalitarismo, “de qualquer lado que seja”, seja de cunho político ou religioso.

“Eu incentivaria todo mundo a solicitar um Ibercena e atravessar o oceano, não apenas porque a experiência vale a pena e é um prazer, mas principalmente porque o que você ganha artisticamente é maravilhoso. Eles te oferecem outra perspectiva, outro ponto de vista, outra forma de fazer, outra forma de viver a arte”, afirma nos bastidores.

 

Luis Barbé: do Uruguai ao cenário mundial graças ao Ibercena

Luis Barbe, cornista da prestigiosa Orquestra de Viena, levou sua música às bandas sonoras de O Senhor dos Anéis e The Crown. No entanto, seus primeiros passos foram marcados pelo apoio do Iberorquestras, um programa de cooperação que abriu portas para o seu talento e lhe permitiu compartilhar sua arte com o mundo.

Apesar das dificuldades, Luis encoraja os jovens músicos a perseverarem: “É preciso sonhar grande, insistir e bater em portas, mesmo que recebamos muitos ‘nãos’.”

 

Meica Valdivia: digitalizar a memória botânica do herbário

Meica Valdivia, bióloga e técnica do Museu Nacional de História Natural, foi selecionada em uma das bolsas do programa Ibermuseus, uma iniciativa de cooperação ibero-americana que promove o intercâmbio entre profissionais de museus.

“Escrevi um projeto e o apresentei. Era a oportunidade perfeita para conhecer outro museu, ver como trabalham lá e compartilhar experiências com profissionais da mesma área”, explica Maica.

Seu projeto se concentra na elaboração de um protocolo de digitalização para exemplares botânicos do herbário, com um enfoque especial em uma coleção singular: cerca de 400 plantas coletadas por Horacio Quiroga na Selva Misionera.  Esta coleção forma parte de um conjunto muito maior: mais de 100.000 exemplares botânicos coletados no Uruguai e outras partes do mundo, preparados e conservados para distintos fins, desde estudos científicos até consultas artísticas.

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