Antecedentes
A Iniciativa Ibero-americana sobre Chagas Congênito tem sua origem na XXVII Cimeira Ibero-americana de Chefes de Estado e de Governo, realizada em Andorra em 2021, e nasce com o objetivo de contribuir à eliminação da transmissão materno-infantil da doença de Chagas desde uma abordagem multidimensional, tendo em conta as estratégias de controle e prevenção de outras formas de transmissão da doença.
A doença de Chagas é uma das doenças desatendidas que constitui um sério problema sanitário e social, com um custo socioeconômico e humano muito alto, já que provoca graves danos cardiovasculares ou no aparato digestivo. Segundo dados da Organização Pan-americana da Saúde a doença de Chagas é endêmica em 21 países da região e afeta uma estima de 6 milhões de pessoas. Nas Américas foram registrados 30.000 novos casos a cada ano, 14.000 mortes em média e 8.000 recém-nascidos são contagiados durante a gestação. Uns 70 milhões de pessoas nas Américas vivem em áreas expostas ao Chagas e estão em risco de contrair a doença.
É uma doença que as mulheres podem transmitir, quando grávidas, a seus filhos e se estima que a prevalência de infecção em mulheres latino-americanas grávidas poderia estar entre 2,4‐4,4%, se bem a prevalência em mulheres bolivianas seria mais alta chegando a 27,7%.
A iniciativa trabalhará sob a liderança das pessoas responsáveis dos Ministérios de Saúde dos países participantes que promoverão ações de coordenação intersetoriais e com instituições e sócios de referência neste tema. Também está prevista a conformação de redes de trabalho e especialistas ibero-americanos para sistematizar boas práticas e experiências e desenvolver ações de sensibilização e visibilidade desta doença de forma transversal e inclusiva nos diferentes âmbitos de intervenção
Inicialmente formam parte desta Iniciativa: Argentina, Brasil, Colômbia e Espanha, além das organizações Mundo Sano, OPS e IS Global.