O turismo ibero-americano avança rumo à sustentabilidade, embora ainda precise integrar os ODS de forma mais equitativa

Um relatório da SEGIB analisa como Chile, Colômbia, México e República Dominicana incorporam a Agenda 2030 em suas políticas de turismo.

Presentación del estudio Turismo y ODS

Com o objetivo de apoiar os países na promoção do turismo como uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento sustentável, a Secretaria-Geral Ibero-Americana apresentou hoje em Madri o relatório “A integração da Agenda 2030 na política turística na Ibero-América”, que analisa os avanços e os desafios na incorporação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nas políticas de turismo de quatro países da região: Chile, Colômbia, México e República Dominicana.

O estudo, realizado no âmbito da implementação das Diretrizes Estratégicas de Turismo e Desenvolvimento Sustentável na Ibero-América e financiado pela Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID) e em colaboração com a ONU Turismo, examina os documentos orientadores da política de turismo de cada país e oferece uma análise tridimensional: os desafios identificados da Agenda 2030, os valores que orientam a política de turismo e a incorporação efetiva dos ODS.

Entre as suas principais descobertas, destaca-se que a sustentabilidade aparece como um valor transversal nas políticas de turismo dos quatro países, embora a sua integração com outros princípios-chave, como a equidade de gênero, a ação climática e a preservação da biodiversidade ainda seja desigual. Da mesma forma, nota-se que o ODS 8 (trabalho decente e crescimento econômico) é o mais presente nos planos estratégicos, seguido por outros como o ODS 10 (redução das desigualdades), o ODS 12 (produção e consumo responsáveis) e o ODS 13 (ação pelo clima).

O relatório, escrito por Diana Gómez Bruna como pesquisadora principal, recomenda uma integração mais equilibrada dos 17 ODS nas políticas de turismo e identifica boas práticas nacionais que poderiam servir de referência na região.

Por exemplo, o Chile se destaca pela identificação exaustiva de impactos ambientais em sua Estratégia 2035 e seu sistema de certificação de Sustentabilidade Turística (selo S), bem como pela promoção do turismo rural com valor patrimonial e natural. A Colômbia, pelo seu compromisso com o turismo regenerativo e o seu papel nos processos de paz; o México, pela inclusão de indicadores laborais  no PROSECTUR 2020–2024 e no Programa Cidades Mágicas; e a República Dominicana, por vincular a sua política de turismo com a aplicação de benefícios fiscais a projetos de turismo sustentável e a promoção de energias renováveis ​​em complexos hoteleiros.

“Este trabalho responde à necessidade de promover modelos de desenvolvimento turístico sustentável na Ibero-América, por meio de modelos que levem em conta os impactos positivos e negativos gerados pelo turismo”, afirmou o Secretário-Geral Ibero-Americano, Andrés Allamand, durante a apresentação.

Recomendações

O estudo conclui que os países priorizam os ODS mais alinhados com os seus desafios internos, o que gera uma implementação parcial. Propõe-se, portanto, promover estratégias que vinculem o turismo com todos os ODS, por meio de indicadores claros e ações concretas que reforcem aspectos como gênero, educação, mitigação e resiliência ambiental e saúde. Esta incorporação integral e equilibrada dos 17 ODS está alinhada com as Diretrizes Estratégicas sobre Turismo e Desenvolvimento Sustentável na Ibero-América, pois possibilitam “a incorporação dos ODS, suas metas e indicadores nas políticas nacionais de turismo”, observa o texto.

Após a apresentação do estudo, foi realizado um diálogo sobre os desafios do turismo e a sustentabilidade na Ibero-América, no qual participaram os embaixadores do Chile, Javier Velasco; Colômbia, Eduardo Ávila; e por parte do México, a Conselheira de Assuntos Econômicos e Turismo, Elena Curzio Vila; e da República Dominicana, a Ministra Conselheira Diana Infante  moderados pela Secretária para a Cooperação Ibero-Americana, Lorena Larios, e pelo Diretor Regional para as Américas da ONU Turismo, Gustavo Santos, organização que participou na elaboração do estudo.

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