A Fundação Microfinanças BBVA celebrou hoje o ato “Mulheres incansáveis: Desafios e conquistas para se reinventar em tempos de crise”, para reconhecer o labor das empreendedoras latino-americanas, que em muitos casos se reinventaram frente ao impacto econômico da crise sanitária e o importante papel da tecnologia. O ato, presidido por S.M. a Rainha, Dona Letizia, contou também com a participação do presidente do BBVA, Carlos Torres Vila, a secretária-geral ibero-americana, Rebeca Grynspan, e com especialistas em desenvolvimento de organizações como o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a ONU Mulheres e representantes de empresas tecnológicas como a Google.
Neste encontro, que foi possível acompanhar em ‘streaming’, Dona Letizia reiterou seu compromisso com as mulheres, “impulsionadoras da mudança em suas vidas e portanto, em suas famílias e comunidades”, e sublinhou: “Temos que seguir, incansáveis, como elas, trabalhando cada um desde o lugar que ocupa para não perder o rumo”. A essa resiliência também fez referência o presidente do BBVA, que reconheceu o importante papel que a FMBBVA está tendo nesta crise: “O labor da Fundação Microfinanças BBVA adquiriu hoje mais sentido, se possível, apoiando os segmentos mais vulneráveis da população na América Latina”. Além disso, recordou a necessidade de propor estratégias a longo prazo, para avançar no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e na digitalização da economia.
Na mesma linha, o administrador do PNUD, Achim Steiner, recalcou a urgência de trabalhar com o setor público e privado para projetar soluções efetivas contra as brechas econômicas e sociais que, previsivelmente, longe de se fecharem, vão se agravar por causa da pandemia. De fato, a Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL) estima que o número de pessoas em situação de pobreza na região será incrementado em 45,4 milhões neste ano por causa da pandemia, e para o ano de 2021, as previsões colocam de manifesto um importante retrocesso nos avanços na redução da pobreza.
“A COVID-19 ainda não mudou o futuro, o que temos são projeções, mas colocou em evidência as debilidades de nosso presente”, disse Steiner. Para tratar de frear esse impacto, o máximo responsável do PNUD se referiu à digitalização como uma ferramenta crucial, mas advertiu do risco de que as mulheres fiquem para trás, já que nos países de ingressos médios e baixos, mais de 400 milhões delas não têm acesso à internet.
Por sua parte, a secretária-geral ibero-americana, Rebeca Grynspan disse, que “este não será nem o primeiro nem o último desafio que enfrentemos como mulheres, ainda que, talvez seja um dos maiores”. E assegurou que, “após tantos anos de experiência e de luta, sabemos que a esperança não se constrói só com otimismo, senão principalmente com ativismo. Com convicção, com integridade e com um esmero infatigável”. Uma opinião compartilhada pela diretora regional da ONU Mulheres para as Américas e o Caribe, María-Noel Vaeza, que fez referência à importância de investir nas mulheres “como um imperativo ético fundamental”. Além disso, assegurou que o fortalecimento das mulheres empresárias e empreendedoras é uma estratégia chave para o empoderamento da mulher, e “necessita mecanismos de financiamento inovadores e medidas políticas que reconheçam, reduzam e redistribuam o trabalho de cuidado”.
Todos os oradores coincidiram na importância das novas ferramentas digitais. Rebeca Minguela, a exitosa empreendedora espanhola fundadora e CEO da fintech Clarity AI, se referiu à tecnologia como “um aliado chave na medição e geração de impacto social, o que se converteu em mais crucial ainda perante os desafios aos que nos enfrentamos em todo o mundo: COVID-19, mudança climática, as desigualdades…”. neste sentido, a diretora da Google para a Espanha e Portugal, Fuencisla Clemares, assegurou que as habilidades digitais se converteram em uma qualidade necessária para a sobrevivência de muitos negócios e que, por isso, “é crucial democratizar o acesso à internet e formar as pessoas vulneráveis para que tenham as mesmas oportunidades digitais que os demais”.
Este ato, que foi celebrado com um formato híbrido virtual e presencial devido à nova realidade provocada pela COVID-19, deixou claro o compromisso de todos os assistentes por um futuro mais digital para todos, sem deixar nenhuma mulher para trás.
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