Jaume Gaytán: “Trabalhamos para criar respostas que combatam o desafio da insegurança alimentar na Ibero-América”

Para Jaume Gaytán, responsável da Área de Economia e Empresa da SEGIB, “a combinação de inovação e empreendimento é a ferramenta mais apropriada para avançar no cumprimento do segundo dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: “Pôr fim à fome, alcançar a segurança alimentar e a melhora da nutrição e promover a agricultura sustentável”.

 

A Ibero-América está chamada a ser um dos atores principais no cumprimento do segundo dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): “Pôr fim à fome, alcançar a segurança alimentar e a melhora da nutrição e promover a agricultura sustentável”.

A região conta com cerca de um terço da água doce e as mais importantes reservas de terras cultiváveis do mundo. No entanto, junto a estas favoráveis cifras coexistem elevados índices de desnutrição, de insegurança alimentar e de desperdício de alimentos.

Conscientes da importância e da urgência de buscar soluções criativas e inovadoras a esta problemática, as ministras e ministros de agricultura dos países que integram a Comunidade Ibero-americana mandataram à Secretaria-Geral Ibero-americana (SEGIB) a realização de uma análise sobre o estado da arte do setor empresarial que oferece serviços e tecnologias destinados a aumentar a eficiência e a sustentabilidade da indústria agroalimentar, setor que é conhecido com o nome de “Agtech”.

Neste contexto, a Secretaria-Geral Ibero-americana (SEGIB) apresentou a 14 de novembro, em Brasília (Brasil), o relatórioO Ecossistema Agtech – Foodtech na Ibero-América: Oportunidade Local e Liderança Global”, no qual foram analisados os desafios do setor agroalimentar na região, colocando o foco nas oportunidades que a tecnologia oferece para melhorar a produtividade, a segurança alimentar e a sustentabilidade ambiental.

No documento se constata a existência de um incipiente ecossistema que se apoia no uso intensivo da tecnologia para conseguir um impacto direto na redução da fome e na consecução da segurança alimentar, minimizando a perda de alimentos ao longo das cadeias produtivas, integrando processos de digitalização e diminuindo seu impacto na mudança climática.

A combinação de inovação e empreendimento é a ferramenta mais apropriada para avançar no cumprimento do ODS 2, mas para aproveitar todo seu potencial devem ser superados importantes obstáculos que hoje limitam seu desenvolvimento. Entre os mais importantes se encontram aqueles relacionados com o acesso ao financiamento, com a falta de regulação específica para este novo setor, e com a existência de certa resistência cultural à inovação tecnológica que ainda se encontra presente em alguns setores da atividade agrícola.

O documento, que incorpora também a visão e a experiência de mais de trinta empresas da região, constata a importância de contar com políticas públicas que escorem o desenvolvimento deste setor e ressalta a importância de gerar espaços e iniciativas que promovam a vinculação e a colaboração entre startups, produtores, investidores, universidades e outras entidades. A entidade pública brasileira Embrapa, com mais de 2.000 pesquisadores e com importantes vínculos com as universidades e os diversos intervenientes do mundo do agro, ressalta como um exemplo a seguir.

O Ecossistema Agtech-Foodtech pode e deve ser um motor que permita à Ibero-América combinar a potencialidade de seus recursos naturais, a aplicação de tecnologias avançadas e o espírito inovador e criativo de seus empreendedores, para assim contribuir de maneira eficiente na superaração do desafio da insegurança alimentar.

 

Jaume Gaytán,
Responsável da Área de Economia e Empresa da Secretaria-Geral Ibero-americana.

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