A III Cúpula Ibero-americana teve lugar na cidade de Salvador da Bahia, Brasil, em julho de 1993. Os Chefes de Estado e Governo dos países da região centraram o debate em impulsionar o desenvolvimento da Comunidade Ibero-americana, pondo ênfase no desenvolvimento social. Daí que o lema escolhido para esta reunião multilateral fosse: “Um programa para o Desenvolvimento com ênfase no desenvolvimento social”.
Dentro do marco de um programa para o Desenvolvimento, foram definidos como temas prioritários: o comércio, finanças e tecnologia, a dívida externa, a cooperação para o desenvolvimento sustentável, a promoção do desenvolvimento social e a situação da população migrante. Além disso, foi colocada ênfase em que o desenvolvimento social deve impulsionar a erradicação da pobreza, da fome e do analfabetismo.
Neste encontro de alto nível, os mandatários deram a conhecer a inicialização dos programas de cooperação em matéria de Educação aprovados na Cúpula de Madri (1992). Desta maneira, começaram a se materializar ações concretas que permitiram uma estreita colaboração naquelas áreas, como a Educação, que beneficiaram os países da região. Este foi o caso do Programa de Televisão Educativa Ibero-americana, do Programa Mutis de intercâmbio de pós-graduados e do Programa de Alfabetização e Educação básica de adultos.
Na mesma linha de promoção do intercâmbio de conhecimento entre países da Ibero-América, foi acordada a necessidade de potenciar iniciativas regionais em ciência e tecnologia. Assim, acordou-se impulsionar o Mercado Comum do Conhecimento e o Programa Ibero-americano de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento (CYTED).
Por outro lado, foi confirmado o início dos trabalhos para a elaboração do código ibero-americano de Segurança Social. O projeto esteve apoiado, a nível técnico, pela Organização Ibero-americana de Segurança Social. Em um futuro, este documento permitirá a coordenação em matéria de pensões entre os diferentes estados ibero-americanos que o ratificarem.
Quanto ao tema de saúde pública, reconheceu-se a urgente necessidade de elaborar e aplicar, no âmbito ibero-americano, uma política global para o controle da Síndrome de Imunodeficiência Adquirida. Entre as principais ações recomendadas estiveram: destinar mais recursos econômicos e humanos à luta contra o VIH/AIDS, promover a transferência de tecnologia e a difusão de informação científica e técnica relevante.
A esta reunião assistiram os líderes e representantes dos 20 países membros: Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Chile, Equador, El Salvador, Espanha, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal, República Dominicana e Uruguai.
Chefes de Estado e de Governo que assistiram à III Cúpula Ibero-americana:
- Carlos Menem, presidente da Argentina
- Jaime Paz Zamora, presidente da Bolívia
- Fernando Collor de Mello, presidente do Brasil
- Patricio Aylwin, presidente do Chile
- César Gaviria, presidente da Colômbia
- Rafael Ángel Calderón Fournier, presidente da Costa Rica
- Fidel Castro, presidente de Cuba
- Rodrigo Borja Cevallos, presidente do Equador
- Alfredo Cristiani, presidente de El Salvador
- Juan Carlos I, Rei da Espanha
- Felipe González, presidente do Governo da Espanha
- Jorge Serrano Elías, presidente da Guatemala
- Rafael Leonardo Callejas, presidente de Honduras
- Carlos Salinas de Gortari, presidente do México
- Violeta Chamorro, presidenta da Nicarágua
- Guillermo Endara, presidente do Panamá
- Andrés Rodríguez Pedotti, presidente do Paraguai
- Alberto Fujimori, presidente do Peru
- Mário Soares, presidente de Portugal
- Aníbal Cavaco Silva, Primeiro Ministro de Portugal
- Joaquín Balaguer, presidente da República Dominicana
- Luis Alberto Lacalle, presidente do Uruguai
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