Dando continuidade ao ciclo de atividades que vem sendo desenvolvido pela Secretaria-Geral Ibero-americana-SEGIB, o Conselho de Empresários Ibero-americanos-CEIB, e a Federação Ibero-americana de Jovens Empresários-FIJE, na quinta-feira, 18 de junho teve lugar um foro de diálogo com 7 ex presidentes e líderes ibero-americanos, em aliança com a Universidade Camilo José Cela.
A jornada foi celebrada em formato presencial-virtual desde a sede da CEOE e teve como objetivo gerar um espaço de diálogo no qual partilhar reflexões e opiniões sobre as distintas linhas de ação e oportunidades de futuro da Ibero-América perante a situação inédita que a região atravessa devido ao avanço da COVID-19.
No encontro participaram os ex mandatários da Bolívia, Carlos Mesa; Chile, Eduardo Frei; Colômbia, Ernesto Samper; Equador, Jamil Mahuad; México, Vicente Fox; Panamá, Aristides Royo e Uruguai, Luis Alberto LaCalle. Ainda assim, participaram a secretária-geral ibero-americana, Rebeca Grynspan; a secretária de Estado de Assuntos Exteriores e para a Ibero-América e o caribe da Espanha, Cristina Gallach; o reitor da Universidade Camilo José Cela, Emilio Lora-Tamayo; a presidenta da SEK, Nieves Segovia; o presidente da CEOE, Antonio Garamendi e finalmente, na clausura do ato, o presidente da Argentina, Alberto Fernández.
Durante o ato os participantes ofereceram respostas concretas, desde um ponto de vista estratégico e com uma perspectiva política, empresarial e acadêmica, às questões que constituem dificuldades e desafios para o futuro a médio e longo prazo da região após a crise da COVID-19, e consideraram que a ideologia está impedindo que a região dê uma resposta mais unitária à crise, para o que pediram mais diálogo e intercâmbio de experiências assim como outorgar mais peso aos organismos internacionais para sair dela.
Para Ernesto Samper, ex presidente colombiano “o conceito de integração nunca tinha sido tão importante e nunca estivemos mais desintegrados do que estamos hoje. Por sua parte, o ex presidente boliviano Carlos Mesa pediu quer se rompesse a “lógica de amigos e inimigos, de direita e esquerda”, que a seu juízo não deveria ser “uma referência para marcar a construção dos espaços de integração”. “Não vamos sair da pandemia sobre um clima de confrontação”, afirmou.
Nesse sentido, Jamil Mahuad, do Equador, comentou que no diálogo que se dava nas Cúpulas Ibero-americanas “havia muito respeito e muita relação pessoal que permitiu resolver muitos problemas” apesar de que “às vezes” eram “ideologicamente opostos”.
Por sua parte, a secretária Grynspan pediu que seja alavancado um diálogo social renovado, pensar no que é público não como estatal senão como ‘os bens que compartilhamos’ e a fortalecer as lideranças para enfrentar a pós pandemia. E expressou sua preocupação porque “a pandemia da COVID-19 interage com as desigualdades estruturais e ameaça aprofundá-las” fazendo um chamamento conjunto “Necessitamos mais que nunca uma resposta mais decidida de organismos e entidades financeiras internacionais”.
Perspectiva Política-Empresarial-Acadêmica
Neste sentido, o encontro serviu também para estender pontes na colaboração público-privada e com vistas a explorar os mecanismos e instrumentos dos quais dispõem governos e empresas, assim como para destacar a importância das alianças entre os diferentes atores no momento de combater os efeitos desta e outras possíveis crises que possam afetar a Ibero-América.
Com relação à academia, foi colocada em valor a necessidade de contar com uns planos de estudo universitários e de formação profissional adaptados às necessidades reais das empresas. A importância do fomento das vocações empresariais e a perda do medo ao fracasso se configuram como uns elementos essenciais no futuro pós COVID ao qual se enfrenta a Região; e é que, segundo as últimas estimações da Organização Internacional do Trabalho-OIT, no segundo trimestre de 2020 está previsto que haja uma redução do emprego mundial de ao redor de 6,7%, o equivalente a 195 milhões de trabalhadores a jornada completa.
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