O encontro, fruto da colaboração entre o Instituto Nacional das Mulheres, a Secretaria de Relações Exteriores do México e a Secretaria-Geral Ibero-americana, celebrado em um contexto global de alta polarização e instabilidade política, serviu para sublinhar o importante papel desempenhado pelas redes de mulheres mediadoras nos processos de paz.
Segundo a ONU Mulheres, quando as mulheres participam ativamente em todas as etapas para a consecução da paz (desde a pré-negociação até a implementação dos acordos) as probabilidades de manter a paz durante, ao menos, 15 anos aumentam em 35%.
Lorena Larios, Secretária para a Cooperação da SEGIB, destacou a importância de dar visibilidade a estas redes e do papel que os organismos desempenham, como a SEGIB no alavancamento constante da agenda de gênero na região. Por sua parte, María Noel Vaeza, Diretora Regional da ONU Mulheres, expressou sua preocupação pela persistente exclusão das mulheres nas negociações de paz, destacando a relevância de suas habilidades e compreensão dos conflitos.
O painel sobre as contribuições das redes de mulheres mediadoras à política exterior feminista foi um dos aspectos mais destacados do Seminário-Oficina, refletindo a crescente relevância deste tema na agenda internacional. Segundo María Solanas, Representante da Rede Mediterrânea de Mulheres, a política exterior feminista se encontra em “constante construção e discussão”, o que indica a importância do seu envolvimento neste debate de maneira crítica para identificar obstáculos, mas também identificar potencialidades.
Elizabeth Slattum, conselheira na Embaixada da Noruega no México e membro fundadora da Rede Nórdica de Mulheres Mediadoras, expressou seu entusiasmo pela rede ibero-americana, animando-a a se unir à Aliança Global de Redes Regionais.
O evento, que contou com o respaldo técnico da ONU Mulheres, supõe um respaldo ao intercâmbio de vozes, sabores e experiências por uma paz sustentável e inclusiva na Ibero-América.
A Rede Ibero-americana de Mulheres Mediadoras, criada em 2023, busca estabelecer vínculos de cooperação, comunicação, incidência e coordenação entre seus membros e aliados. Trabalha em várias linhas que vão desde impulsionar a participação ativa das mulheres em missões políticas e operações de paz até fortalecer sua presença em âmbitos diplomáticos e de resolução de conflitos. A Rede se posiciona como um ator chave para a redução da brecha de capacidades na região.
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