A Ibero-América conta com mais de 1000 empresas avaliadas em um milhão de dólares e, nos últimos 4 anos, surgiram 40 unicórnios, ou seja, 40 empresas de capital privado avaliadas em 1 bilhão de dólares. Esta vertiginosa escalada significou que o valor do ecossistema empreendedor latino-americano tenha se multiplicado por 32 durante a última década.
Com essa referência, essas cifras do que já se considera de autêntico “boom empresarial”, arrancava ontem o ato inaugural do III Foro Ibero-Americano de Inovação Aberta. Abriram-no o Secretário-Geral Ibero-americano, Andrés Allamand, acompanhado do Presidente da CEOE, Antonio Garamendi; o Presidente de Federação Ibero-americana de Jovens Empresários, Matías Fernández e a Secretária de Estado de Digitalização e Inteligência Artificial da Espanha, Carmen Artigas.
O Presidente da CEOE sublinhou a importância de persistir na aposta pela inovação e pela digitalização da economia na Ibero-América: “Em momentos como o atual, resulta especialmente importante insistir na necessidade de que nenhuma empresa caia na tentação de não priorizar sua aposta pela inovação e pela digitalização, e, ao mesmo tempo, animar novas empresas a se somarem à atividade inovadora”, assinalou.
Durante as jornadas de trabalho, mais de 25 oradores de nove países ibero-americanos aprofundaram e compartilharam diversas experiências de inovação na região. Entre as conferências, foram apresentados os criadores de dois unicórnios ibero-americanos: Betterfly e Globant. Betterfly é o primeiro unicórnio de Triplo Impacto na Ibero-América enquanto a Globant foca seus esforços na transformação digital e cognitiva das empresas.
É de destacar que a maioria os empreendimentos ibero-americanos impactam diretamente no aspecto social, no ambiental ou na transformação digital. Tal e como foi comentado pela Secretária de Estado de Digitalização, Carmen Artigas, evidenciando a distribuição dos projetos inovadores da região em dois grandes grupos: 30% deles se decantam por temas digitais e 40% em temas relacionados com o meio ambiente e a mudança climática.
Desde a SEGIB, a CEOE, o Conselho de Empresários Ibero-americanos (CEIB) e Federação Ibero-americana de Jovens Empreendedores (FIJE) advoga-se por um empreendimento que opere como trator de desenvolvimento econômico em benefício de toda a comunidade ibero-americana. Nesta linha, Andrés Allamand, sublinhou que desde a Secretaria-Geral Ibero-americana será mantido o compromisso de fomentar a conexão e a integração dos ecossistemas empreendedores dos distintos países da região.
O Foro resultou, por sua vez, um exercício de preparação em face ao Encontro Empresarial de Santo Domingo a se celebrar no marco da próxima XXVIII Cúpula Ibero-Americana de República Dominicana, onde as conclusões e propostas gestadas durante as jornadas de trabalho de 11 e 12 de julho dotarão de conteúdo a agenda empresarial da próxima Cúpula.
“Carta Ibero-americana do Empreendimento Inovador”
A aliança entre SEGIB, CEIB e FIJE impulsionou um chamado à ação denominado “Carta Ibero-americana do Empreendimento Inovador”, documento que recolhe um conjunto de recomendações resumidas em oito estândares que apontam a impulsionar a simplificação produtiva e desburocratização, inovação na regulação, a compra pública inovadora, o desenvolvimento do talento digital, o acesso ao financiamento e o impulsionamento de empresas de triplo impacto. Estas recomendações serão consideradas nos próximos eventos oficiais rumo ao Encontro Empresarial Ibero-americano e à Cúpula Ibero-americana de Chefes de Estado
O III Foro Ibero-americano de Inovação Aberta foi organizado de forma conjunta entre o Conselho de Empresários Ibero-americanos (CEIB) e a Federação Ibero-americana de Jovens Empreendedores (FIJE) com o apoio da Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID) em dependências da CEOE em Madri. Além disso, compareceram à convocatória empresas como Mapfre, Iberia, Bancolombia e Iberdrola aportando suas experiências no âmbito da inovação e o empreendimento ibero-americano.
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