O que representa, em desafios, a Mudança Climática para Ibero-América? Que políticas públicas e alianças são requeridas para afrontar os seus efeitos? Como afeta a consecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável? Estas e outras questões foram debatidas hoje em Madri, após a apresentação do Relatório “Mudança Climática e Desenvolvimento Sustentável na Ibero-América”, em um diálogo que reuniu especialistas, destacadas personalidades do setor público, a sociedade civil e associações meio ambientais.
A secretária-geral ibero-americana, Rebeca Grynspan e a titular do Ministério para a Transição Ecológica da Espanha, Rebeca Ribera refletiram sobre os desafios do desenvolvimento sustentável e a Mudança Climática na Ibero-América, coincidindo na importância de “pensar globalmente, mas atuar localmente” para contra restar seus efeitos, algo que leva a uma atuação a distintos níveis (público, privado, sociedade civil, terceiro setor), tomando em consideração a importância de conscientizar as novas gerações.
Outrossim, a secretária Grynspan enumerou 4 eixos de ação prioritária para a luta contra a Mudança Climática: 1) gerar apoios políticos; 2) produzir conhecimento em matéria de Mudança Climática com recomendações para os tomadores de decisões; 3) realizar propostas e convertê-las em modelos de cooperação; e 4) apoiar as soluções que a cidadania gera para enfrentar o fenômeno.
Por sua parte, a ministra para a Transição Ecológica, Teresa Ribera, destacou a importante relação entre a ação ambiental e o desenvolvimento sustentável, algo que tem implicações profundas nos modelos de consumo e de desenvolvimento, que a seu juízo, devem ser repensados. “O futuro se ganha quando se pensa nele”, assinalou.
Rosa Castizo, coautora do relatório apresentou as principais conclusões e recomendações do documento, destacando a vulnerabilidade da região à Mudança Climática, com especial ênfase na infância, os idosos e os agricultores, que são os grupos de população mais expostos a seus efeitos. De igual forma, destacou que a pobreza, a desigualdade e a rápida urbanização são fatores que agudizam esta vulnerabilidade. O relatório também destaca o investimento em energias renováveis como um passo urgente para mitigar a Mudança Climática na região, algo que pode representar uma oportunidade, já que 11 países ibero-americanos se encontram entre os países em vias de desenvolvimento mais atraentes para este tipo de investimentos, que além disso, pode representar um importante motor de geração de emprego.
A sessão foi inaugurada pela secretária para a Cooperação Ibero-americana, María Andrea Albán, o embaixador em Missão Especial para as Cúpulas Ibero-americanas, Diego Bermejo, a diretora de qualidade ambiental e Mudança Climática da Junta de Andaluzia, Susana Andrade e o presidente da Câmara de Deputados de Huelva, Ignacio Caraballo, em qualidade de representantes das instituições impulsionadoras do Relatório “Mudança Climática e Desenvolvimento Sustentável na Ibero-América”, realizado pelo Observatório de la Rábida-Huelva e que tinha sido apresentado durante a passada Cúpula Ibero-americana de Chefes de Estado e de Governo.
A jornada concluiu com um diálogo aberto sobre “Alianças para o Desenvolvimento Sustentável na Ibero-América”, com a participação do diretor geral do Alto Comissionado para a Agenda 2030 na Espanha, Federico Buyolo García, a ex chanceler da Argetina, Susana Malcorra, a presidenta da Rede Espanhola para o Desenvolvimento Sustentável (REDS), Leire Pajín, a responsável de Gestão de Sustentabilidade do Grupo Iberdrola, Mónica Oviedo e a diretora do Escritório Espanhol da Mudança Climática, Valvanera Ulargui.
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