O Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), o Programa Ibero-americano para o Fortalecimento da Cooperação Sul-Sul (PIFCSS), agências de cooperação internacional, representantes de organismos vinculados ao setor agrícola e ao desenvolvimento rural junto à Secretaria-Geral Ibero-americana (SEGIB) dialogaram sobre a contribuição da Cooperação Sul-Sul e da Cooperação Triangular no fortalecimento da segurança alimentar na Ibero-América.
Este encontro permitiu compartilhar conhecimentos, experiências, boas práticas e iniciativas realizadas nos diferentes países ibero-americanos em resposta à crise social e econômica gerada pela COVID-19, desde a perspectiva da segurança alimentar e o mundo rural. O anteriormente exposto representa um primeiro passo para construir um roteiro compartilhado a fim de alinhar e fortalecer a Cooperação Sul-Sul na Ibero-América, identificando sinergias entre atores e países para uma resposta comum aos desafios da pandemia desde a cooperação internacional.
Em efeito, segundo a análise e dados do Relatório de CSS na Ibero-América 2019, mostra que entre 2007 e 2017, os países da região participaram em 916 iniciativas orientadas a fortalecer o setor agropecuário e que, a cada ano, a saúde é o setor que concentra mais cooperação.
Durante a inauguração do encontro, a secretária-geral ibero-americana, Rebeca Grynspan destacou que a crise produzida pela pandemia—a mais grave que viu em todos seus anos como economista e internacionalista—só poderá ser superada com mais multilateralismo, mais cooperação, mais integração regional e um novo contrato social com participação da sociedade civil, governos, empresas e organizações.
“Devemos entender que a cooperação é uma ferramenta que salva vidas”, algo que experimentamos na Ibero-América nas distintas iniciativas realizadas nos últimos meses, sublinhou.
Por sua parte, o diretor geral do IICA, Manuel Otero, colocou à disposição dos países ibero-americanos a experiência da instituição, definindo-a como “uma ponte, um aproximador de partes que pode contribuir com os países apoiando programas de Cooperação Sul-Sul no continente”, enquanto que o secretário de Relações Econômicas Internacionais da Chancelaria Argentina, embaixador Jorge Neme, explicou o caráter multidimensional desta crise, com efeitos na área sanitária, econômica, social e que afeta com maior força os grupos mais vulneráveis.
A pandemia COVID-19 poderia acrescentar entre 83 e 132 milhões de pessoas ao número total de pessoas subnutridas no mundo, produto da queda da economia mundial, previsão que afasta do cumprimento do objetivo de “fome zero” estabelecido na Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável, segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
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