O VI Congresso Ibero-americano de Cultura, dedicado às “Culturas Vivas Comunitárias”, foi apresentado hoje, terça-feira, 18 de março, na sede da SEGIB em Madrid. Na cerimônia intervieram o Ministro da Cultura e Juventude da Costa Rica, Manuel Obregón; o Secretário de Estado da Cultura do Ministério de Educação, Cultura e Desporto de Espanha, José María Lassalle; o Secretário para a Cooperação Ibero-americana da SEGIB, Salvador Arriola, e a Diretora da Divisão da Cultura da SEGIB, Leonor Esguerra.
O Congresso, que se celebrará em São José (Costa Rica) de 11 a 13 de abril no quadro do Festival Internacional das Artes, procura dar maior protagonismo à sociedade civil para destacar a diversidade de manifestações culturais dos países desta comunidade, assim como reconhecer o trabalho das organizações e redes da sociedade civil que trabalham há anos com a cultura como motor de desenvolvimento e de transformação social.
Durante a sua intervenção, José María Lasalle destacou o êxito do V Congresso Ibero-americano da Cultura, que se celebrou em Zaragoza no ano passado, e “passou o testemunho ao Ministro costarriquenho Manuel Obregón, a quem desejou que o encontro do próximo mês de abril se transforme no cenário ideal para o intercâmbio de experiências e a implementação de políticas públicas que reconheçam as culturas vivas comunitárias.
Por outro lado, Manuel Obregón falou da importância de preservar a diversidade cultural e insistiu que “o investimento em cultura não é uma despesa”, mas que está a demonstrar ser um “elemento transformador” da sociedade e um importante “motor de desenvolvimento”. Assim o reflete o fato de há quatro anos a Cultura representar no seu país 0.5% do PIB e agora ser 5%.
O Ministro da Cultura e Juventude da Costa Rica destacou também a necessidade de avançar no tema da livre circulação de bens e serviços culturais nos países ibero-americanos e “aproximar” a América “invisível e profunda que às vezes se desconhece”.
O VI Congresso Ibero-americano de Cultura tem como objetivo transformar-se num espaço de diálogo entre quem promove as políticas e os processos culturais nas instituições públicas, governos locais, universidades, iniciativas comunitárias e redes da América Latina.
Por outro lado, o Secretário para a Cooperação Ibero-americana da SEGIB, Salvador Arriola, assegurou que os Congressos Ibero-americanos de Cultura, que começaram a celebrar-se em 2008 e cuja natureza é aberta e plural, constituem um importante espaço de interlocução entre as autoridades competentes e os profissionais dos setores criativos da sociedade, contribuindo para o enriquecimento da agenda cultural na região e para o fortalecimento do espaço cultural ibero-americano.
O Congresso
O VI Congresso Ibero-americano de Cultura procura destacar a enorme diversidade das manifestações culturais existentes nas comunidades da Ibero-América, reconhecendo o trabalho e a trajetória do amplo conjunto de organizações e redes da sociedade civil que há anos que trabalham com a cultura como instrumento de desenvolvimento comunitário, de transformação social e de bem-estar comum.
Neste sentido, identificaram-se mais de 120.000 iniciativas civis que, a partir do âmbito cultural, trabalham noutros setores como a educação, o meio ambiente, o patrimônio ou o fortalecimento das comunidades e da democracia. Este congresso propõe-se abrir um espaço de diálogo entre as iniciativa comunitárias, o Movimento de Culturas Vivas Comunitárias e as instituições envolvidas para criar uma proposta integral que permita o reconhecimento social e político destas experiências assim como a sua consolidação e sustentabilidade.
O Congresso estrutura-se em torno de dois grandes eixos temáticos: a riqueza e alcance das Culturas Vivas Comunitárias, por um lado; e a gestão pública e o fortalecimento de Culturas Vivas Comunitárias por outro. Ao longo de três dias suceder-se-ão as conferências magistrais, os painéis de debate, os grupos de trabalho, as mesas de diálogo inter-setorial e a exposição de mais de 40 casos práticos emblemáticos no âmbito das culturas vivas comunitárias. Os oradores espanhóis serão a antropóloga social, Ángeles Carnacea, responsável do Programa para a Transferência de Boas Práticas na Ação comunitária intercultural da Fundação CEPAIM, e Félix Manito, Presidente e Diretor da Fundação Kreanta.
Até ao momento confirmou-se a presença de 14 delegações oficiais, entre as quais se encontram Espanha, Bolívia, Argentina, Brasil, República Dominicana, Equador, Peru, Chile, Uruguai, Nicarágua e Panamá; assim como 26 municipalidades da região, 31 funcionários públicos, 55 professores universitários e mais de 200 pessoas de organizações e redes: um total de mais de 400 participantes de países de toda a Ibero-América.
O Congresso desenvolve-se no quadro do Festival Internacional das Artes, que reunirá em São José 461 artistas internacionais e 699 artistas nacionais de 2 a 13 de abril. Cinema, circo, dança, música, teatro, poesia ou animação de rua são apenas algumas das várias atividades que poderão desfrutar-se durante estes dias pelas ruas da cidade. Em abril, o FIA e o VI Congresso transformarão a cidade costarriquenha na capital da cultura ibero-americana.
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