Começa o Dia da Ibero-América com foco nos direitos da cidadania e a ciência

• A Neurociência, a inteligência artificial e os direitos das pessoas, protagonistas da segunda edição de Ibero-América Futuro, organizado pela Secretaria-Geral Ibero-Americana (SEGIB).
• O encontro dá início aos eventos programados para o Dia da Ibero-América, 19 de julho.

O Secretário-Geral Ibero-Americano, Andrés Allamand, iniciou os eventos programados para comemorar o dia 19 de julho, Dia da Ibero-América. Foi na segunda edição do ciclo “Ibero-América Futuro”, que neste ano foi desenvolvido sob o título: “Neurociência, direitos e inteligência artificial”. “Abordamos este tema por seu caráter extremamente relevante, pois se relaciona com a proteção de um dos aspectos mais íntimos e fundamentais de todo ser humano: a atividade cerebral e a consciência”, destacou Allamand. Da mesma forma, lembrou o interesse da comunidade neste assunto, ratificado na Carta Ibero-Americana de Princípios e Direitos em Ambientes Digitais.
Durante o evento, no qual também participou o neurologista espanhol Rafael Yuste, líder mundial em neurotecnologia (de Nova York, de maneira telemática); a espanhola Carmen Torrijos, linguista computacional, e o ex-senador chileno Guido Girardi, aprofundaram a importância de a ciência ser olhada sob uma perspectiva ética, filosófica, jurídica e política. “A possibilidade de ler ou induzir pensamentos é uma realidade que está mais próxima do que poderíamos pensar. Por isso, é necessário considerar as implicações que isso traz nas esferas ética, filosófica, política e jurídica”, destacou o Secretário-Geral Ibero-Americano.

Cristina Manzano, Diretora de Relações Externas da SEGIB, iniciou o diálogo perguntando diretamente a Rafael Yuste o que é a neurotecnologia. “A neurotecnologia procura, através de métodos ou dispositivos, mapear a atividade cerebral e tem a capacidade de alterá-la”, afirmou o cientista, lembrando a importância do cérebro ser o centro das nossas decisões, da nossa consciência, subconsciente e emoções.

Os três especialistas concordaram na necessidade de se trazer estas questões para a cidadania de hoje e de se fazer pedagogia sobre um assunto que já afeta as nossas vidas, que está longe de ser ficção científica e que está sendo utilizado para fins científicos e comerciais. Ela deve ser abordada, concordaram, a todos os níveis: ético, jurídico, social e até linguístico.

Neste último aspecto, precisamos de uma pedagogia que nos alerte para o que estamos falando, disse Carmen Torrijos, falando do direito de compreender o que está por trás desses algoritmos, sequências e números.

O ex-senador chileno Guido Girardi falou sobre a responsabilidade política dos governos e a necessidade de falar dos neurodireitos como direitos humanos para que estejam à frente de qualquer nacionalidade ou império. “Devem ser regulamentados porque o que está em causa é a defesa de um homo sapiens melhorado, com mais compreensão, mais empático, mais apegado à defesa da natureza”, concluiu.

Dia da Ibero-América

Em novembro de 2019, os ministros e ministras das Relações Exteriores dos 22 países da região aprovaram celebrar o Dia da Ibero-América todo 19 de julho, data em que foi assinada a primeira declaração de chefes de Estado da região em Guadalajara (México) em 1991.

Portanto, com esta celebração, desde 2020 valorizamos o conjunto de afinidades históricas e culturais que compõem a rica e diversa Comunidade Ibero-Americana e defendemos a unidade e o desenvolvimento a partir do diálogo, da cooperação e da solidariedade.

A SEGIB tem participado ativamente da comemoração deste dia, principalmente enfatizando os valores que unem os 22 países da região, o trabalho conjunto realizado em prol do progresso da Ibero-América e sublinhando a importância da cooperação horizontal e dos acordos firmados entre os países como instrumentos válidos para alcançar sociedades mais justas e sustentáveis.

Iberoamérica Futuro: Neurociencia, Derechos e Inteligencia Artificial.

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