Cuenca, Equador. – No encerramento do XV Encontro Empresarial Ibero-Americano, o Secretário-Geral Ibero-Americano, Andrés Allamand, resumiu perante o Presidente da República do Equador, Daniel Noboa; o Cap de Govern de Andorra, Xavier Espot Zamora; o Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa e Sua Majestade o Rei da Espanha Felipe VI, os principais temas tratados durante os dois dias de trabalho em Cuenca.
Allamand falou da preocupação pelo baixo crescimento econômico da região; das diferentes desigualdades de gênero que as mulheres enfrentam (de acesso ao emprego e ao crédito, de promoção e de salários mais baixos) e da inovação que o talento ibero-americano pode e deve aportar para o desempenho econômico. Também se referiu à melhoria que deve ser realizada em termos de produtividade, que poderia ser promovida graças à digitalização e à Inteligência Artificial, e à necessidade de melhorar as condições de emprego para os jovens.
Allamand ressaltou que, embora os jovens se esforcem durante os estudos, “se encontram presos em um círculo: ninguém me contrata porque não tenho experiência, e se não me contratam, como posso ter experiência? Os únicos que conseguem romper este círculo vicioso são os empresários, abrindo a porta para aqueles que querem aceder ao primeiro emprego.”
Compromisso com a empregabilidade
Para abordar a empregabilidade juvenil, um dos grandes temas do encontro, foi anunciado o Compromisso para a Empregabilidade Juvenil, um documento assinado pelas 25 associações patronais da região que se eleva aos Chefes de Estado e de Governo e que foi entregue ao Rei de Espanha, Felipe VI, e aos Presidentes do Equador, Andorra e Portugal.
Anteriormente, o Presidente da Confederação Espanhola de Organizações Empresariais (CEOE), Antonio Garamendi e o Presidente da Federação Nacional de Câmaras de Indústrias do Equador (FNCIE), Francisco Jarrín, elencaram os dez pontos que constam no compromisso para gerar melhores oportunidades de emprego e desenvolvimento para os jovens da Ibero-América (25% da população da região e que, apesar de níveis de escolaridade e formação superior sem precedentes, enfrentam uma taxa de desemprego de 58%)
“Hoje, mais do que nunca, precisamos que os governos, as empresas, o setor educacional e a sociedade estejam unidos para enfrentar os problemas que a sociedade enfrenta”, apontou o Presidente da CEOE, Antonio Garamendi, que também assumiu a Presidência do Conselho de Empresários Ibero-Americanos (CEIB).
“A confiança é o maior valor para atrair o investimento necessário e para gerá-la são necessárias democracias fortes e estáveis, com separação de poderes, estabilidade jurídica e uma regulação normativa que permita a inovação, a digitalização e a inclusão. No setor empresarial, estamos aqui para somar”, afirmou Antonio Garamendi.
Felipe VI iniciou o seu discurso agradecendo as manifestações de solidariedade recebidas após as inundações provocadas pela DANA e que devastaram várias comunidades autónomas da Espanha, com especial gravidade na comunidade valenciana.
“O que aconteceu nos mostra da forma mais dura e clara a importância ou mesmo a urgência de trabalharmos juntos. Uma abordagem e o trabalho conjunto que nos reúne no Equador nesta XV edição do Encontro Empresarial no âmbito da XXIX Cúpula Ibero-Americana. Este fórum se consolidou como um espaço de cooperação entre representantes de vários países que são cultural e historicamente irmãos”, ressaltou o monarca em seu discurso.
“Devemos reforçar a nossa capacidade de resistência e superação diante dos desastres, não apenas os climáticos. Em tempos como o atual, é fundamental que a sociedade civil e as empresas apoiem a reconstrução. Um trabalho conjunto pelo bem comum”, continuou o Chefe do Estado espanhol.
Felipe VI lembrou que as Cúpulas Ibero-Americanas se configuram há mais de três décadas como espaços de cooperação e progresso compartilhados. “E seguimos assim, embora ainda haja muito a fazer. Somos um mosaico de culturas, que ao longo dos anos soube enfrentar as dificuldades. A história da Ibero-América se baseia nos princípios da solidariedade e da cooperação e os empresários são um ator fundamental para a prosperidade. Juntos podemos fazer da Ibero-América uma referência de progresso.”
O Encontro foi encerrado pelo Presidente Noboa, que enfatizou o trabalho pela empregabilidade dos jovens para trabalhar por um futuro mais justo, equitativo e inclusivo. Lembrou também que o Equador é um país muito jovem, com uma taxa de desemprego juvenil muito elevada e uma desigualdade de gênero significativa. Para eles e para o seu futuro, ressaltou Noboa, é preciso gerar oportunidades.
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