A sessão iniciou com uma descrição geral do estado da conectividade a nível mundial e regional a cargo de Alejandro Kawabata, Diretor de Assuntos Jurídicos e Institucionais da SEGIB, quem expôs os dados do Relatório 2023 da União Internacional de Telecomunicações (UIT) relativos ao fato de que, aproximadamente, 67% da população mundial ou o equivalente a 5.400 milhões de pessoas, estão agora on-line, o que significa que 33% da população mundial se encontra, no dia de hoje, desconectada. Nessa linha, a América Latina e o Caribe aportam quase 10% da população mundial total desconectada.
Neste contexto, Cristiana Camarate, Superintendente de Relações com o Consumidor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) apresentou uma exposição sobre o que representa para seu país, o Brasil, o conceito de conectividade significativa: como “um novo enfoque das telecomunicações na era digital, que contribui à integração social e econômica dos usuários” explicou a sua experiência, uma proposta da Aliança de Internet Acessível para que os governos projetem políticas digitais de acesso universal que permitam a todas as pessoas se beneficiarem do potencial da transformação digital.
Posteriormente, o vice-ministro de Conectividade adscrito ao Ministério de Tecnologias da Informação e Comunicações da República da Colômbia, Gabriel Jurado, expôs a experiência do seu país na matéria. Ressaltou, de maneira significativa, o incremento exponencial na geração de dados a nível mundial e a importância que os Governos devem colocar neste sentido, principalmente, quanto à preparação das redes troncais e em matéria de cobertura. Não obstante, o vice-ministro advertiu que “de nada servem os esforços que forem feitos na ampliação e criação de infraestrutura que melhore a conectividade se isso não é acompanhado de políticas de inclusão digital e desenvolvimento de habilidades digitais”. Por esta razão, valorizou os esforços do Governo da Colômbia, emoldurados no Plano Nacional de Desenvolvimento 2022-2026, para fazer das tecnologias digitais um instrumento de transformação social.
O segundo bloco do diálogo, dedicado a organismos regionais ou internacionais, correspondeu à representação do CAF – Banco de Desenvolvimento da América Latina na voz de Eduardo Chomali Palacio, Coordenador da Agenda de Transformação Digital. Chomali, sublinhou que nos próximos anos a América Latina requererá um investimento de 433.3 bilhões de dólares quanto a investimento digital. Neste sentido detalhou dois dos projetos nos quais o CAF investe em matéria de infraestrutura digital, um deles, o cabo submarino Ásia-América Latina, projeto que incrementará a demanda de tráfego entre ambas as regiões de forma exponencial. O segundo, em matéria de fechamento de brecha digital, ressaltou o trabalho realizado com a Argentina quanto ao desenvolvimento de capacidades satelitais, já que não existe outra tecnologia capaz de brindar cobertura de forma simultânea e permanente beneficiando mais de 3,5 milhões de lares em zonas afastadas.
A segunda conferência correspondeu a Silvia Viceconte, responsável do setor digital na Diretoria da América Latina e Caribe da Direção Geral de Associações Internacionais da Comissão Europeia. A funcionária compartilhou as estratégias desdobradas no marco da Aliança Digital Global Gateway na América Latina. Nesse sentido, destacou a ampliação do cabo de fibra ótica submarino BELLA com o objetivo de impulsionar uma conectividade troncal digital segura e aproximar os pesquisadores de ambas as regiões; a estratégia regional Copernicus, com dois centros regionais de dados Copernicus no Panamá e no Chile, e a criação de um Acelerador Digital UE-ALC para fomentar a colaboração entre múltiplas partes interessadas e o setor privado, a competitividade, as capacidades e a inovação no âmbito digital.
Por último, o Secretário-Geral Ibero-americano, Andrés Allamand, valorizou os esforços de sucesso dos países da região em matéria de transformação digital e parabenizou as pessoas que participaram por ter impulsionado um espaço de debate e reflexão a partir das cinco sessões que possibilitaram aprender das experiências de outros países através deste ciclo de diálogos. Pelo Horizonte Ibero-América Digital passaram 10 representantes ministeriais dos países ibero-americanos, os quais compartilharam suas respectivas experiências nacionais em matéria de inteligência artificial, proteção de dados, inclusão digital com enfoque de gênero, governo digital e conectividade. Ainda, destacou a participação de organismos internacionais como a UNESCO, a Organização Internacional do Trabalho, a ONU Mulheres, a Comissão Europeia ou o CAF – Banco de Desenvolvimento da América Latina durante o ciclo de diálogos como uma aposta decidida do espaço ibero-americano a fim de reforçar os espaços multilaterais de cooperação.
Allamand clausurou o ciclo organizado pela Secretaria-Geral Ibero-americana (SEGIB) com um chamamento a seguir colaborando sobre os temas de transformação digital no marco da Carta Ibero-americana de Princípios e Direitos nos Entornos Digitais, ressaltando que exercícios de diálogo e debate como o que hoje concluímos são da maior importância para nutrir a tomada de decisões e o projeto de políticas públicas que garantam respostas adequadas e oportunas. “Devemos atuar para nos assegurarmos de que a transformação digital impulsione um progresso econômico e social centrado nas pessoas e sem deixar ninguém para trás”, concluiu.
Los invitamos a seguir el ciclo completo de #HorizonteIBDigital:
Sesión 1: Inteligencia Artificial
Sesión II: Protección de Datos
Sesión III: Inclusión Digital
Sesión IV: Gobierno Digital
Sesión V: Conectividad
Veja todos os assuntos