A SEGIB e o GGGI apresentam um estudo sobre as finanças sustentáveis ​​na Ibero-América

O documento oferece uma análise abrangente do estado atual e as perspectivas futuras das finanças sustentáveis ​​nos 22 países ibero-americanos.

 

Hoje, na Secretaria-Geral Ibero-Americana, foi apresentado o relatório Finanças Sustentáveis ​​na Ibero-América, um trabalho que busca responder à necessidade de integrar fatores ambientais, sociais e de governança (ESG) nas decisões financeiras para promover um desenvolvimento econômico sustentável e resiliente às mudanças climáticas.

O documento, elaborado pela Secretaria-Geral Ibero-Americana e o Global Green Growth Institute (GGGI), apresenta uma análise integral dos elementos que impulsionam e moldam o desenvolvimento das finanças climáticas e sustentáveis ​​na região.

À medida que os países ibero-americanos enfrentam os desafios das mudanças climáticas e avançam rumo a uma economia de baixo carbono, o fortalecimento das condições favoráveis, a implementação de instrumentos financeiros inovadores e a promoção da transparência e da prestação de contas se tornam aspectos-chave na formação de um sistema financeiro alinhado com os objectivos de sustentabilidade, afirma o estudo.

Neste sentido, no prólogo do relatório, o Secretário-Geral Ibero-Americano, Andrés Allamand, ressalta que “o financiamento sustentável surge como uma ferramenta crucial tanto para cumprir os objetivos estabelecidos na Carta Meio-Ambiental como para promover o crescimento politicamente viável, socialmente inclusivo e ambientalmente sustentável que a região necessita.”

O relatório está estruturado em torno de três pilares principais:

  • As condições facilitadoras incluem estratégias nacionais de financiamento, taxonomias nacionais, integração e divulgação de ASG, rotulagem de orçamento climático e sistemas de monitoramento, reportagem e verificação (MRV). Estes elementos são fundamentais para criar um ambiente propício ao investimento sustentável e garantir que os recursos sejam utilizados de forma eficiente e transparente.
  • No que diz respeito aos instrumentos financeiros, são analisados ​​vários mecanismos, tais como fundos internacionais para o clima, bônus temáticos, quitação de dívida por natureza, empréstimos sustentáveis, parcerias público-privadas inteligentes para o clima, pagamentos por serviços ecossistêmicos e financiamento ligado à sustentabilidade. Estes instrumentos são essenciais para mobilizar capital para projetos que contribuam diretamente para iniciativas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
  • A importância da transparência e da prestação de contas nas finanças sustentáveis ​​também é abordada. A transparência é fundamental para gerar confiança e credibilidade no mercado e é apoiada por mecanismos de monitorização, reportagem e verificação que fornecem informações fiáveis ​​sobre os resultados dos projetos. Isto permite avaliar se os fluxos financeiros cumprem os objetivos de sustentabilidade e mitigam o risco de “greenwashing”.

Em conjunto, estes componentes não só facilitam a transição para um modelo de desenvolvimento mais verde, mas também fortalecem a resiliência econômica e social da região diante dos impactos das mudanças climáticas, observa o estudo.

A análise dos fluxos, necessidades e lacunas de financiamento revela que a Ibero-América é uma região altamente vulnerável aos desastres naturais derivados da crise climática. Para enfrentar estes desafios, é crucial aumentar significativamente o investimento em projetos de mitigação e adaptação. Por este motivo, destaca-se a necessidade de mobilizar recursos públicos e privados, bem como de promover instrumentos financeiros inovadores que se adaptem ao contexto de elevada dívida e de espaço fiscal limitado de vários países ibero-americanos.

 

Casos de sucesso e o potencial da região

O texto também reflete o potencial que a Ibero-América tem para liderar o mercado de finanças sustentáveis. No entanto, enfrenta desafios como a falta de marcos regulatórios homogêneos e a necessidade de fortalecer a transparência e a prestação de contas. A cooperação regional e a inovação financeira serão fundamentais para superar estes obstáculos e atrair mais investimento para projetos sustentáveis.

Da mesma forma, são apresentadas histórias de sucesso na região, como o Roteiro de Finanças Verdes do Peru e a Taxonomia Sustentável do México, que mostram como os países estão desenvolvendo estruturas para mobilizar recursos para projetos sustentáveis. Também são destacadas iniciativas como a quitação de dívida por natureza das Ilhas Galápagos, no Equador, e a emissão de bônus soberanos vinculados a objetivos de sustentabilidade no Uruguai, que demonstram o potencial destes mecanismos para apoiar a conservação ambiental e a sustentabilidade fiscal.

Com tudo isto, afirma-se que o futuro das finanças sustentáveis ​​na Ibero-América é promissor, desde que continue avançando com uma abordagem colaborativa e estratégica entre governos, instituições financeiras e o setor privado.

“À medida que os efeitos das mudanças climáticas se intensificam, temos também uma janela de oportunidade para estabilizar as temperaturas globais em níveis seguros, mas temos de agir agora. Todos temos uma responsabilidade coletiva e um papel a desempenhar nas nossas áreas de ação. Há uma pressão crescente sobre os tomadores de decisões públicas e privados para que tomem medidas climáticas, mas para tomar decisões informadas devemos primeiro compreender completamente os principais desafios e tendências ambientais que enfrentamos”, afirma Helena McLeod, Diretora Geral Adjunta do GGGI nas páginas do estudo .

Após a apresentação, liderada pelo Responsável de Economia e Empresa da SEGIB, Jaume Gaytan; a Gerente de Alianças Estratégicas com a União Europeia e Chefe do Escritório de Luxemburgo do GGGI, Julie Godin e Randall Hooker, Oficial de Finanças Sustentáveis ​​para a América Latina e o Caribe do GGGI, gerou-se um debate entre María Mercedes González, Chefe da Associação Público-Privada do Banco Centro-Americano de Integração Econômica, BCIE (América Central); Alicia Montalvo, Gerente de Ação Climática e Biodiversidade do CAF, Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe; Belisario Morán, Subgerente de Gestão Estrutural do Balance, COFIDE, Banco de Desenvolvimento do Peru (Peru); Alejandro Dorado, Comissário para a Economia Circular, Ministério para a Transição Ecológica e Desafio Demográfico, MITECO (Espanha) e Carla Gutiérrez, Sub-Diretora da Direção Geral de Investimento Público, Secretaria de Finanças (Honduras).

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