A Ibero-América lança uma campanha contra o assédio sexual nas ruas

• O assédio sexual nas ruas é uma realidade para a maioria das mulheres na Ibero-América. No Uruguai, 50% enfrentaram violência sexual em espaços públicos; Na Espanha, 40% relatam ter sofrido assédio sexual em algum momento de suas vidas, enquanto no México e no Equador as cifras chegam a 88% e 90% no último ano.
• A campanha procura conscientizar, baseada em dados; sensibilizar e educar, com diversos materiais para redes sociais.

Para visibilizar o assédio sexual nas ruas como uma forma de violência de gênero e os sentimentos e as consequências que ele gera nas mulheres, a Iniciativa Ibero-Americana para Prevenir e Eliminar a violência contra as Mulheres lança uma campanha que procura conscientizar, sensibilizar e educar com dados, realidades e uma série de materiais elaborados para serem distribuídos nas redes sociais que visam alertar sobre esta desigualdade.

“A campanha contra o assédio sexual nas ruas, promovida pela Iniciativa Ibero-Americana para Prevenir e Eliminar a violência contra as Mulheres, representa um esforço coletivo sem precedentes na luta pela igualdade de gênero na nossa região. É urgente acabar com as práticas que naturalizam condutas que atentam contra a segurança e a dignidade das mulheres. Queremos promover, por meio desta campanha, uma mudança cultural que é essencial para construir um futuro onde as mulheres possam viver livres de violências”, afirma a Secretária para a Cooperação Ibero-Americana, Lorena Larios.”

Aqui estão alguns dados recolhidos pelos dez países que trabalham no programa de Cooperação sobre como as mulheres vivenciam permanentemente várias formas de violência em espaços públicos, desde toques não consensuais até violações:

  • O assédio sexual nas ruas é uma realidade para a maioria das mulheres na Ibero-América. No Uruguai, 50% enfrentaram violência sexual em espaços públicos; Na Espanha, 40% relatam ter sofrido assédio sexual em algum momento de suas vidas, enquanto no México e no Equador as cifras chegam a 88% e 90% no último ano.
  • 62,9% das mulheres afrodescendentes no Uruguai vivenciaram situações de violência de gênero no âmbito social, enquanto as mulheres não afrodescendentes relatam uma prevalência de 10 pontos percentuais a menos.
  • 74% das mulheres na Argentina mudam de rua ou de calçada por medo de assédio quando veem um grupo de homens reunidos na rua.
  • 98% das mulheres na Espanha identificam a um homem como agressor quando denunciam violência sexual.
  • 80% das mulheres não heterossexuais no Uruguai relatam ter sofrido algum tipo de violência sexual em espaços públicos.
  • No México, 73,6% das mulheres sentem-se inseguras em transportes públicos, 71% nas ruas e 60,8% em parques ou centros recreativos.

Clique aquí para acessar dados de diversas fontes do México, Espanha, Argentina, Uruguai, Bolívia, Equador, Portugal, Panamá e República Dominicana.
A campanha, que será lançada pelos dez países que fazem parte da Iniciativa Ibero-Americana para Prevenir e Eliminar a violência contra as Mulheres, está baseada em dados e inclui duas fases adicionais:

  • Fase 2. A partir do dia 24 de novembro. Sensibilização e desnaturalização do assédio sexual nas ruas, a partir de três materiais animados que representam esta problemática e situações mais comuns.
  • Fase 3. A partir de 8 de dezembro. Educação, dirigida especialmente aos homens, sobre comportamentos para prevenir este tipo de assédio. Foi concebido para, a partir de um ponto de vista dos homens, ilustrar o que é o assédio e o que ele gera nas mulheres.

Notas:

*A campanha foi desenvolvida com dados da Direção Geral da Mulher do Ministério de Desenvolvimento Humano e Habitat da cidade de Buenos Aires; do Observatório de Situações de Violência de Gênero de Trens Argentinos; do relatório do Programa Cidades Seguras e Espaços Públicos para Mulheres e Meninas na América Latina da ONU Mulheres; do relatório de 2020 elaborado pelo PNUD, USAID e Infosegura; dos dados da ONU Mulheres do relatório Garantindo Cidades e Espaços Públicos Seguros durante a COVID-19; do estudo Galantaria ou assédio sexual nas ruas? Uma análise jurídica com perspectiva de gênero realizada pela Universidade Andina Simón Bolívar, da Macropesquisa de violência contra as mulheres da Delegação do Governo da Espanha contra a Violência de Gênero, do trabalho da ONG Plan International realizado a partir de 879 experiências de jovens de entre 15 e 25 anos das cidades espanholas de Madrid, Sevilha e Barcelona; do Programa de cidades e espaços públicos seguros para meninas e mulheres no México (ONU-Mulheres, dezembro de 2019) e dados coletados pela SEGIB; do Instituto Nacional de Estatística; do Ministério da Mulher do Panamá e do Ministério do Desenvolvimento Social do Uruguai.

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