A Cooperação Ibero-americana renovada e com novos desafios

Na cerimônia “Uma nova cooperação ibero-americana”, celebrada hoje em Madri em comemoração dos 25 anos das Cúpulas, analisaram-se os últimos anos da cooperação na região e como se deve adequar a agenda internacional frente ao cumprimento da Agenda 2030 de desenvolvimento sustentável.

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No dia de hoje realizou-se o primeiro evento de celebração dos XXV anos de Cúpulas Ibero-americanas, onde além de uma inauguração institucional, se desenvolveram os painéis de opinião focados na Cooperação Ibero-americana: o primeiro sobre os novos desafios regionais da Agenda 2030, e o segundo sobre o desafio da visibilidade.

O primeiro painel contou com uma introdução a cargo do ex-Secretário Geral Ibero-americano, Enrique V. Iglesias, que agradeceu a S. M. a Rainha Dona Leticia por “acompanhar o evento” do mesmo modo que “a Coroa acompanhou sempre tudo o que tem a ver com a Ibero-América”, e recordou a história das Cúpulas, nas quais ele sempre esteve presente, e o compromisso político por detrás deste esforço.

Para Iglesias temos em comum “a cultura, a tradição, as línguas e os valores”, e “uma cooperação que assenta nestes valores está destinada a mudar e a melhorar a forma de vida das nossas populações”.

Em seguida, Gonzalo Fanjul, Diretor de análises de IS Global, que moderou o painel, refletiu sobre o modelo de Cooperação Ibero-americana, cujos elementos são inspiradores para outras regiões e introduziu o debate perguntando: o que se aprendeu estes 25 anos, que seja útil para os próximos 15?

Jaime Miranda, Vice-ministro de Cooperação de El Salvador e Diretor do Programa Ibero-americano para o Fortalecimento da Cooperação Sul-Sul, referiu que o mais importante destes 25 anos “foi criar uma comunidade”, e, sobretudo, “que essa comunidade conte com um instrumento fortalecido e especializado como o é a Cooperação Sul-Sul.

Por sua vez, Salvador Arriola, Secretário para a Cooperação Ibero-americana, enumerou várias das aprendizagens da região, entre os quais se destacam a maior e menor ligação com as políticas públicas dos países, o melhor apoio administrativo e financeiro aos programas de cooperação, a criação de sinergias entre os programas, a aproximação a regiões em desenvolvimento para contar a experiência regional, e a criação recente do manual operativo da Cooperação Ibero-americana, entre outros.

Do mesmo modo, Teresa Ribeiro, Secretária de Estado de Assuntos Exteriores e Cooperação de Portugal, comentou que, durante estes 25 anos, como região, “fomos capazes de trazer os valores e as experiências de outros espaços como, por exemplo, a União Europeia ou África” e que “a experiência de uma relação simétrica e de paridade na cooperação antecipou o paradigma da Agenda 2030 e “ajudar-nos-á a lidar com ela”.

Maria Andrea Albán, Diretora de Cooperação Internacional no Ministério de Relações Exteriores da Colômbia, destacou que a Cooperação Ibero-americana “preparou” os países para encara a Agenda 2030 e que “estamos consolidados e mais fortes para o que se segue”.

Por fim, a uma pergunta acerca da contribuição da região para a cooperação internacional, Luis Tejada, Diretor da Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID), respondeu que “não só elaborou agenda” como também “construiu debate com o exterior”.

O evento completo pode ver-se em: https://www.youtube.com/watch?v=Uo5AoCTiV0c

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