A Ibero-América e o Día Mundial da Justiça Social

Este sábado, 20 de fevereiro, celebramos o Dia Mundial da Justiça Social, uma boa altura para recordar a importância do trabalho conjunto dos países ibero-americanos para que todas as pessoas da região – independentemente do seu país, local de nascimento ou estrato socioeconómico – tenham a oportunidade de melhorar as suas condições de vida e de contribuir para o desenvolvimento das suas comunidades e países.

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A cooperação ibero-americana pode ser um instrumento de apoio à coesão social e à luta contra a desigualdade, sendo este o desafio mais importante e decisivo da nossa região nos anos vindouros.

Se observarmos especificamente a América Latina, região constituída por 19 dos 22 países da Comunidade Ibero-Americana, vemos que esta não é a região mais pobre do mundo, mas a segunda mais desigual na distribuição dos recursos.

Portanto, reduzir esta iniquidade permitiria que os latino-americanos de hoje pudessem ter um melhor nível de bem-estar social, ao mesmo tempo que garantiria um desenvolvimento sustentável das suas sociedades e economias nos próximos anos.

Apesar do desafio da desigualdade persistir como o grande tema pendente na América Latina, podemos destacar progressos decisivos que nos permitem um olhar otimista. A seguir, apresentamos alguns dados da Organização Ibero-Americana de Segurança Social:

 

DESENVOLVIMENTO A América Latina cumpriu quase todos os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio
 POBREZA Reduziram-se as percentagens de pobreza, tendo esta passado de 44% em 2002 para 28% em 2014, bem como as de indigência que passaram de 19,3% para 12%, tendo as classes médias aumentado em 50%. Não obstante, até 2014, cerca de 167 milhões de pessoas viviam em situação de pobreza na América Latina e 71 milhões em situação de indigência.
 EQUIDADE

DE GÉNERO

Nos últimos 15 anos, integraram-se no mercado de trabalho mais de 70 milhões de mulheres, que melhoraram a sua participação no mesmo. Até 2014, 47,3% das mulheres em idade de trabalhar tinham um trabalho remunerado, face a 73,5% dos homens e as mulheres estudantes ultrapassavam o número de homens no ensino secundário e superior.
EDUCAÇÃO A América Latina e o Caribe alcançaram a equidade entre meninos e meninas no ensino primário. A nível geral, os latino-americanos passaram uma média de 8 anos na escola, face aos 5 anos que passavam historicamente.

 

Tendo em conta estes progressos e sem perder de vista os desafios que ainda persistem em matéria de equidade e coesão social, é evidente que uma agenda conjunta de desenvolvimento social é uma prioridade para a Comunidade Ibero-Americana .

É por este motivo que o Espaço Ibero-Americano de Coesão Social articula os Programas, Iniciativas, Projetos Adstritos e atividades relacionadas com esta área para garantir que estes estejam alinhados com as prioridades estratégicas dos países membros da Comunidade Ibero-Americana de forma a contribuir para a sua melhor coordenação e eficácia.

O desafio é tão decisivo como abrangente. Daí que um modelo de cooperação horizontal, que para além da coesão social, contemple o conhecimento, a investigação, a cultura e as políticas para a juventude, num esquema de cooperação em que não haja doadores nem recetores, mas que sejam os próprios países os que definam as suas prioridades nacionais, pode ser um elemento determinante para progredir em matéria de igualdade na Ibero-América.

 

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